Ricardo Medeiros Pimenta

Informação, memória, história, poderes e ciberespaço; vigilância; documento, arquivo

Pesquisador Adjunto I do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Professor do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI/IBICT-UFRJ).É Pesquisador Associado do Laboratório Interdisciplinar sobre Informação e Conhecimento (Liinc/IBICT-UFRJ) e membro da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (LAVITS). Durante o biênio de 2012-2014 foi membro da Comissão de Altos Estudos do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) - Memórias Reveladas, no Arquivo Nacional.É líder do Grupo de Pesquisa "Informação, Memória e Sociedade", registrado no diretório do CNPq, e participa como pesquisador de outros grupos como: "Memória e Espaço", "Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i)" e "Teoria, Epistemologia e Interdisciplinaridade em Ciência da Informação". Tem interesse no campo de diálogos e análises sobre informação, memória e seus lugares/dispositivos; aspectos políticos e econômicos do controle da informação; seus mecanismos de vigilância (surveillance); e ciberespaço em perspectiva sociológica e histórica. Possui interesse nas reflexões concernentes ao papel do documento e da tecnologia  para os estudos sobre a Memória, o Esquecimento e as Humanidades Digitais. Pesquisa atualmente  no campo da política e da cultura, a dialética entre o lembrar/recuperar e o esquecer/apagar; ambos presentes na atual sociedade da informação.

1) Estudos Históricos sobre Informação e Vigilância no Brasil: de Castelo à Snowden.A política de vigilância instituída no Brasil durante o século XX alimentou o regime de informação que esteve presente durante a Ditadura Militar e mesmo após seu arrefecimento, durante a redemocratização. Dessa maneira, consideramos que informação e vigilância são elementos conceituais importantes para se compreender a dinâmica política, social e tecnológica que moveu a sociedade brasileira nos últimos 50 anos e que continua a animá-la seja pela práxis do controle, seja pela da resistência.Este projeto busca, portanto, construir uma história da informação e vigilância tendo como pano de fundo o cenário brasileiro de forma a elaborar uma análise sobre esses dois conceitos, em perspectiva interdisciplinar, e de suas imbricações enquanto elementos e práticas constituintes do status quo do Estado e de seu regime informacional atual. De Castelo à Snowden representa a delimitação temporal proposta para a pesquisa que compreende em dois fatos históricos distintos, marcos fundamentais para se pensar: (1) a instauração de um regime onde as políticas informacionais brasileiras serviam diretamente ao controle da sociedade; (2) sua durée após a redemocratização e (3) sua crise frente aos desdobramentos ocorridos após as revelações do ex-agente americano Edward Snowden.No caso brasileiro, o próprio conceito de informação foi largamente utilizado e interpretado pelo Estado onde práticas de vigilância, já instituídas, se desenvolveriam mais verticalmente frente ao projeto militar instituído a partir de 1964. Quase 50 anos após o golpe, o capital informacional glocal gerado na sociedade civil brasileira ou a partir dela, do público ao privado, não deixou de servir às políticas de vigilância que não se restringem mais às fronteiras convencionais. Não obstante, também se tornou via de resistência ao próprio Estado. Por estes motivos, informação e vigilância tornam-se hoje elementos conceituais indispensáveis à reflexão dos regimes informacionais vigentes, da sociedade e de suas instituições, bem como de políticas públicas possíveis.Assim, é possível afirmar que o cenário político, econômico e tecnológico da segunda metade do século XX se mostra de fundamental importância para compreendermos não somente o conceito de informação, como o desenvolvimento epistemológico e metodológico do campo da ciência da informação.2) Dimensões tecnopolíticas do esquecimento: usos e abusos da memória na era digital.A pesquisa visa analisar e discutir as relações possíveis entre os conceitos de lembrança/recuperação e esquecimento/apagamento na atualidade. Neste sentido, buscar-se-á identificar e compreender fatores, atores, estruturas, dinâmicas e discursos que possam contribuir para a elaboração de uma teoria do esquecimento/apagamento como um dos aspectos fundamentais para se discutir a questão da memória e as dimensões políticas da informação e do conhecimento na Era do “Big Data”.Como ponto de partida, consideramos a dialética entre o desejo de memória e o direito ao esquecimento enquanto espaço comum da distopia informacional presente na atualidade.Apoio financeiro: CNPq - Edital nº 43/2013 - MCTI/CNPq/MEC/CAPES, Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas.

Artigos em Periódicos:PIMENTA, Ricardo M. . O futuro da História e de sua leitura.. Recôncavo: Revista de História da UNIABEU, v. 2, p. 154-157, 2012.  Disponível em: http://www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/reconcavo/article/view/879/pdf_330 .

PIMENTA, Ricardo M. Lembranças do desalento: experiências do(s) cárcere(s) em tempos de arbítrio. Revista Perspectiva Histórica, v. 2, p. 249-252, 2012.

PIMENTA, Ricardo M. . A cidade luz e os trabalhadores da Renault: lugares de trabalho e da memória. Da periferia parisiense ao Magrebe. Diálogos (Maringá), v. 15, p. 567-587, 2011. Disponível em: http://www.uem.br/dialogos/index.php?journal=ojs&page=article&op=view&path%5B%5D=522&path%5B%5D=pdf_445 .

PIMENTA, Ricardo M. Le rôle du passé dans les pratiques syndicales: regards sur le Brésil et France.. Passages de Paris (APEB-Fr), v. 1, p. 1-8, 2009 http://www.apebfr.org/passagesdeparis/editione2008/pdf/16%20Ricardo%20Medeiros%20Pimenta.pdf .

PIMENTA, Ricardo M.; Santana, Marco Aurélio. Public History and Militant Identities: Brazilian Unions and the Quest for Memory. International Labor and Working Class History, v. 76, p. 65-81, 2009. Disponível em:  http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=6364760 .

PIMENTA, Ricardo Medeiros. Construindo conhecimentos através do espaço sindical francês: um olhar sobre a informação e o papel do arquivo junto a uma política de memória militante. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 14, p. n.esp, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 99362009000400001&lng=es&nrm=iso&tlng=es .

Livro:
PIMENTA, Ricardo M. Retalhos de Memória: Lembranças de Operários Têxteis Sobre Identidade e Trabalho. 1. ed. Jundiaí: Paco Editorial, 2012. 128p .

Capítulos de Livro:
PIMENTA, Ricardo M. O futuro do passado: desafios entre a informação e a memória na sociedade digital. In: Sarita Albagli. (Org.). Fronteiras da Ciência da Informação. 1ed.Brasília: IBICT, 2013, v. 1, p. 146-171. Disponível em <http://livroaberto.ibict.br/handle/1/1020>. Acesso em 10 dez. 2013.

PIMENTA, Ricardo M.; MARTELETO, Regina. M. Símbolo. In: Regina Maria Marteleto; Gustavo Silva Saldanha. (Org.). Perfil empreendedor: Olímpio Marteleto, histórias de vida e de trabalho no Mercado Central de Belo Horizonte. 1ed.Belo Horizonte: Escritório de Histórias, 2013, v. 1, p. 197-241.

PIMENTA, Ricardo M. . Memória em ruínas: desindustrialização fluminense no limiar do século XX. In: SANGLARD, Gisele; ARAÚJO, Carlos Eduardo Moreira de; SIQUEIRA, José Jorge.. (Org.). História Urbana: memória, cultura e sociedade. 1ed.Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2013, v. 1, p. 303-319.

PIMENTA, Ricardo M. Memórias Caladas: os arquivos sindicais enquanto campo. In: Antonio José Marques; Inez Terezinha Stampa. (Org.). Arquivos do mundo dos trabalhadores: coletânea do 2º Seminário Internacional o Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos: memória e resistência. 1ed.Rio de Janeiro - São Paulo: Arquivo Nacional - Central Única dos Trabalhadores, 2012, v. 1, p. 129-139.

PIMENTA, Ricardo M. Fronteiras da memória: trabalho e identidade na periferia de Paris. O caso Renault Île Seguin. In: SCHEIDT, Eduardo.. (Org.). História Social das Fronteiras. 1ed.Jundiaí: Paco Editorial, 2012, v. 1, p. 77-88.  PIMENTA, Ricardo M. Quando o arquivo serve à identidade: sindicatos e o uso da memória no cenário pós-redemocratização. In: Paulo César de Oliveira; Shirley de Souza Gomes Carreira. (Org.). Memória e Identidade: ensaios.. 1ed.Rio de Janeiro: Galo Branco, 2011, v. 1, p. 155-169.

Textos em jornais e revistas:
PIMENTA, Ricardo M. Novas formas de se relembrar o passado. Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN), 27 maio 2011. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/na-rhbn/nova-historia-e-historia-oral.

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